quarta-feira, setembro 26, 2007

Super Maratona de Friburgo - Relato

Foi realmente um dos meus maiores desafios. Primeiro uma gripe que me derrubou na sexta feira, e no sabado amanheci com a garganta inflamada, a esposa foia primeira a falar: "...não vai correr assim né? ", depois meus pais falaram a mesma coisa, falei que só iria se melhorasse no dia seguinte, tomei a medicação correta; antinflamatórios, antigripais, balas de mel, limão e gengibre, o difícil foi descansar com o meu filho querendo brincar o tempo todo. A noite só consegui dormir lá pelas 24:00 hs, só depois que meu filho dormiu, é claro.
Acordei sem dor na garganta, mas sentido o corpo um pouco mole e nariz muito entupido. As 5 da manhã lá iamos eu, Rogério e o sergio, sogro do Rogério que seria nosso anjo da guarda na volta para casa.
Chegamos no local da largada faltando 15 minutos para as 7 horas, muitos carros parados em frente a um haras num bairro chamado Bom Sucesso. Lá encontrei alguns triatletas conhecidos, Bernardo da X3m, o Luna e o Marcelo que voltou no voo do IM junto comigo este ano. A galera da acoruja também contava com muitos representantes.
Rolou um pequeno atraso na largada, mas pouca coisa, as 7:24 hs largaram aproximadamente 200 atletas, num dia lindo com ceu azul, que já anunciava aos corredores para se protegerem do sol.


Todos começaram devagar, quase que num passeio, o inicio era plano com muitas plantações de hortaliças pelo caminho, minha respiração estava muito prejudicada, aos poucos fui colocando para fora toda aquela secreção que estava me prejudicando. No sexto km, começaram as subidas, nada absurdo, mas alí eu já sentia que o dia seria duro para min, pois não me sentia bem, mas como já estava alí e nunca desiste de corrida nenhuma, resolvi que faria nem que andasse por boa parte da corrida. Quando cheguei ao km 10, parecia que havia corrida uma meia maratona, e as subidas dificeis ainda nem haviam começado. No km 15 um cheiro maravilhoso de salsa e cebolinha das plantações locais, não aliviaram a visão que estavamos tendo; uma subida que não acabava, ao olharmos para o alto, vimos um ponto de apoio laaaaaaaaaá em cima, olhei para o Rogério e não acreditamos que teriamos que passar por aquele ponto. Começa a parte mais ingreme da corrida, alí começamos a ultrapassar corredores caminhando para se poupar.


No km 21 chegamos no mirante, estava tão concentrado e cansado que não consegui nem curtir o visual. As descidas massacraram meus quadriceps e a região lombar, um verdadeiro teste para ver se a musculatura dos paravetebrais está fortalecida. Passamos pela metade da prova, 25km e troca para quem vai fazer o revezamento. Enchi minha garrafa dagua, tomei um gel, capsulas de sódio e comi uma banana enquanto caminhava e dizia para o Rogério ir embora pois não queria atraplhar a corrida dele. neste ponto caminhei uns 3 minutos, muito cansado e tentando expulsar a virose na marra. Voltei a correr e me senti um pouco melhor, consegui manter o ritmo até o km 30, onde voltei a caminhar por uns 5 minutos. Voltei a correr e mantive até o km35 onde tinha outra subida de matar, nessa subi caminhando, no final da subida entramos numa cidadezinha, estava louco por uma coca-cola, entrei numa vendinha e junto comigo entrou um senhor e resolveu fazer o mesmo que eu, coca-cola para dentro, voltei a caminhar até o km 37, em seguida voltei a correr me sentindo melhor, uma coisa que reparei era o clima seco, quase não traspiravamos, a agua que pegava nos postos era mais para jogar no corpo do que para beber. A Partir do km 38, ultrapassei muitos corredorese mantive até o km 45, onde voltei a caminhar por mais 10 minutos, voltei a correr no km 46 e as pernas pareciam que haviam travado, que dor ! neste ponto para voltar a correr tive que aquentar uma dor insuportavel na musculatura da coxa, aos poucos a dor começou a passar e consegui aumentar o ritmo, até entrar na cidade de friburgo, dai em diante o visual que havia durante todo o percurso deu lugar ao perimetro urbano, muito carro, onibus e caminhões duisputavam espaço conosco, avistei a pintura no chão do km 49, que felicidade !!!, aumentei o ritmo e cruzei a linha com 5:49 hs, um tempo bem acima que esperava, mas devido a meu estado, a dificuldade do percurso e o clima muito quente e seco, acho que foi uma das minhas maiores superações. O Tenis foi show ! , não senti nenhuma dor no pé que é caracteristicas dessas corridas longas. Para pegar o trfeu e a camisa muita confusão, realmente a organização deixou um pouco a desejar, mas como disse um jovem senhor que conversei logo após a prova, " só esse percurso já valeu por tudo, mais dificil que uma corrida de 24 horas...", acho que com essa frase ele já resumiu tudo...
Ano que vem espero que aconteça novamente e que a organização conserte algumas falhas.
Acho que já posso me considerar um ultramaratonista rsrsrssrsr.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala meu peixe...

Grande Antonio "Karnazes" Perez!!

O ultramaratonista pessou a existir quando você resolveu fazer a prova. A corrida foi só para comprovar.

Parabéns, peixão!

A gente se fala na quinta na madruga, quem sabe..